Material rodante: custo e prevenção

Na hora de manter a lucratividade da sua construtora ou empresa no ramo da construção civil, é extremamente importante ficar de olho nos equipamentos e maquinários, principalmente no material rodante.

Afinal, a negligência com a manutenção, por exemplo, pode causar sérios problemas de segurança no canteiro de obras, além de levar a custos adicionais com uma vida útil reduzida.

Para lhe ajudar a reduzir as despesas, mas sem colocar em risco os seus maquinários, nós separamos algumas informações importantes. Confira!

O que é o material rodante?

Podemos defini-lo como o conjunto de equipamentos usados por equipamentos de grande porte, como os tratores e escavadeiras, e que inclui rodas guias, sapatas, correntes, roletes, aro motriz, etc.

No trator, esses materiais são os que mais sofrem com o desgaste – e, portanto, que mais necessitam de manutenção. Sem esse cuidado, você pode colocar em risco a segurança e a vida útil do seu equipamento.

Para se ter uma ideia, alguns especialistas garantem que os custos com a manutenção do material rodante pode chegar a até 50% dos valores relacionados aos maquinários e equipamentos.

Como reduzir os custos associados ao material rodante?

Esses valores são altos porque esses maquinários costumam ficar expostos a circunstâncias severas de trabalho, com condições naturais desfavoráveis e que podem favorecer à quebra.

Justamente por isso, é essencial ter boas práticas com os equipamentos, ajudando a reduzir os custos e as paradas para manutenções, ou até mesmo a necessidade da compra de um novo trator, por exemplo.

Nós separamos algumas boas práticas que podem lhe ajudar a diminuir esses custos. Confira.

Material rodante adequado

O processo se inicia antes mesmo da compra. Isso significa escolher corretamente o material de acordo com a aplicação e os impactos das operações.

Por exemplo, a severidade da aplicação é que indicará o tipo de esteira que deverá ser usada. Solos arenosos costumam ter uma abrasividade maior que pode ser potencializada com a presença da umidade. Isso ocasiona um desgaste maior das sapatas, dos pinos, dos elos e das buchas. Já o uso em terrenos rochosos pode favorecer à trinca nesses componentes.

Assim, é indispensável entender qual uso os maquinários terão e, depois, definir os tipos e os componentes mais indicados para essas aplicações.

Recomendações dos fabricantes

Ficar de olho no que os fabricantes recomendam, em termos de uso e de manutenção, também ajuda a evitar problemas e a ampliar o tempo de vida útil dos equipamentos.

A regulagem das esteiras é uma informação essencial, já que é necessário seguir a folga pré-estipulada pelos manuais dos fabricantes. Afinal, cada equipamento possui uma folga exata.

Tempo médio de giro das esteiras

O giro das esteiras é o que vai definir quando determinada máquina deverá ir para uma manutenção. E esse tempo dependerá muito do terreno onde a máquina trabalha e também do tipo de maquinário.

No caso dos tratores, pode-se seguir a regra abaixo:

  • terrenos argilosos: em média 3.500 horas. Essas são as operações mais tranquilas e com menos desgaste porque dificilmente promovem o desalinhamento do trator;
  • terrenos rochosos: a manutenção deverá ser feita após 1.200 a 1.500 horas. Aqui, o desgaste é maior nas sapatas, nas buchas, nos elos e nos pinos que sofrem impactos maiores e estão sujeitos à quebras. Uma dica é pedir ao técnico para realizar a inspeção do material em campo;
  • terrenos com areia molhada: cerca de 400 horas de uso. Isso porque, nessas condições, a parte de baixo da esteira fica submersa e a roda motriz arrasta esse material que é extremamente abrasivo. Como consequência, os pinos e as buchas podem ficar em estado comprometido ou até totalmente destruídos;
  • terrenos com lama: nesse caso não existe um limite de horas, mas é importante sempre acompanhar o estado dos componentes após os trabalhos. Afinal, nos serviços realizados com o trator dentro da lama, as pedras podem atingir as esteiras sem que o operador consiga visualizá-las, o que pode ocasionar a quebra de pinos, sapatas, buchas e molas tensoras.

Engraxadas ou lubrificadas

Material rodanteOutro ponto importante é em relação ao movimento do rodante. As esteiras dos tratores, por exemplo, costumam ter uma vida útil bem menor quando comparadas às das escavadeiras. E o motivo para isso é simples, afinal os tratores trabalham com mais movimento do material rodante.

Para evitar esse desgaste excessivo, a dica é optar por esteiras lubrificadas. Já para as escavadeiras, é possível optar por esteiras engraxadas, que possibilitam o giro de buchas e pinos por mais horas, ofertando um resultado superior.

Inspeções e cuidados

As inspeções devem ser feitas regularmente, para evitar que algum problema passe despercebido. Assim, é muito importante criar o hábito de inspecionar sempre a esteira de forma cuidadosa ao final de cada turno e fazer uma boa limpeza.

Nos casos em que existe um acúmulo de material muito grande, é possível notar problemas como trincas nos elos, buchas e sapatas. Ficar de olho nos terrenos onde os maquinários são usados também é essencial para desenvolver um programa de manutenção mais adequado.

Por exemplo, os tratores usados em aterros sanitários costumam necessitar de manutenções mais frequentes, devido à presença do enxofre que favorece a oxidação das peças.

Manutenções

Já deu para notar que as manutenções são extremamente importantes, não é mesmo? Além do giro médio das esteiras, é essencial criar um calendário visando a manutenção preventiva, ou seja, aquela que evita que a máquina tenha que ficar parada.

Os erros mais comuns e que favorecem ao desgaste excessivo e até a quebra de componentes estão relacionados ao uso exagerado das máquinas, além do acúmulo de materiais como vegetação, cascalho, pedras, terra e lama, que levam ao travamento dos roletes e que podem ser facilmente retirados ou ainda analisados com uma inspeção ao fim de cada turno de trabalho.

Outra dica é evitar o uso da solda, que possui uma dureza maior à original da peça, fabricada com tratamentos, tecnologia e especificações concebidas de maneira a oferecer aos equipamentos melhor desempenho.

Alinhamento e equilíbrio

Por fim, não se esqueça de verificar o alinhamento e o equilíbrio durante as operações. É fundamental que a máquina esteja bem assentada ao solo durante a operação e se você for acoplar alguma ferramenta, sempre use um contrapeso do lado oposto.

O treinamento dos seus funcionários é outro fator decisivo para que o desgaste do material não aconteça de forma exagerada. Por exemplo, deixar o equipamento “patinar” no solo, exige uma força extra para que ele consiga se locomover, o que gera um desgaste maior e desnecessário em outros componentes, reduzindo a sua vida útil.

O mesmo vale em relação ao peso máximo de operação, que sempre deve ser respeitado. Ir além do que estipula o fabricante aumenta o desgaste, o consumo de combustível, a deterioração de outras partes da máquina e ainda compromete a segurança do operador.

Por que é importante se atentar a essas questões?

Cuidar do material rodante é algo extremamente importante para qualquer empresa que detenha maquinários como tratores, escavadeiras, guindastes, entre outros.

Afinal, os custos desses equipamentos são bem elevados, e sem a manutenção e os cuidados corretos, é possível que exista avarias nesses materiais, o que leva a gastos excessivos, a diminuição do tempo de vida útil dos maquinários e pode, até mesmo, comprometer a segurança dos seus funcionários nos canteiros de obras, levando a questões trabalhistas complicadas.

Por isso, é muito mais fácil, rápido e econômico pensar em protocolos para inspeção dos equipamentos após o uso, controle de horas e também calendários de manutenções, do que ter de arcar com todos esses problemas que citamos.

Já está convencido da importância de ficar de olho na manutenção e nos cuidados do material rodante? Se você gostou deste conteúdo, curta também a nossa página no Facebook e receba sempre dicas e informações bacanas como esta!